5 de setembro de 2017

kelela - hallucinogen


Se eu disser para vocês que eu nunca fiz uma resenha de álbum, vocês acreditam? Pois é, essa é minha primeira tentativa, e para não começar com algo muito grande, farei de um EP que eu amo da cantora estadunidense Kelela. Se você, como eu, não sabe direito como pronunciar o nome dela, não se preocupe pois ela colocou um vídeo muito fofo no YouTube ensinando.

Escolhi esse EP pois a nossa maravilhosa Kelela está prestes a lançar seu debut em 6 de outubro desse ano, e para já entrar no clima sexy e delirante de seu R&B alternativo, nada mais justo do que uma introdução ao seu som. Já prevejo que "Take Me Apart (℗ 2017 Warp Records)" será um dos meus álbuns favoritos desse ano.

Antes de começar a falar do álbum, quero trazer um pouco do que é o RnB: música negra, nascida do rock, porém incorpora Soul, Jazz, Gospel e, atualmente, música eletrônica. Teve início com nomes como Ray Charles, Quincy Jones, Stevie Wonder, Marvin Gaye, e uma lista enorme a perder de vista; entrou no mercado da música pop basicamente com o Michael Jackson e seus álbuns Off The Wall (1979) e Thriller (1982); teve grande auge nos anos 90 e começo dos 2000 com artistas e grupos como R. Kelly, Mariah Carey, Whitney Houston, TLC, Destiny's Child, Usher, Alicia Keys, Chris Brown, Ne-Yo, Beyoncé e etc. Entre os anos 2000 e 2010, com a grande evolução da música eletrônica e do EDM, elementos desses ritmos foram incluídos no RnB.

Capa Hallucinogen EP (© 2015 Cherry Coffee Music)

O Hallucinogen EP (2015) navega entre a música eletrônica midtempo e o RnB clássico, com a voz doce e sexy de Kelela, eu sinto muita influencia, principalmente nos arranjos vocais, da cantora Sade. Produzido por nomes do Alternativo como Arca e Ariel Rechtshaid, começa com a tímida "A message", porém cresce com a segunda faixa "Gomenasai". A sensualidade naturalmente presentes na dançante e romântica "Rewind", combinação perfeita entre refrão pegajoso e um batidão poperô/miami bass dos anos 90, além de "All The Way Down", faixa que contem instrumental de um descarte de Tinashe para Aquarius (2014). A faixa titulo, "Hallucinogen", produzida por Arca, deixa bem claro que o RnB se funde muito bem com o Trip-Hop, Música Ambiente e vocais desconexos de Kelela. E para acabar com grande estilo, "The High" prova que é possível ser delirante e calmo ao mesmo tempo.